domingo, 6 de junho de 2010

Em um porão...

Sentada aqui remexendo em velhos arquivos
Desde a infância acumulando lembranças
E em alguns momentos é preciso fazer limpezas
Quanto mais mexo, mais descubro cantos empoeirados.
Cheiros, gostos, cores e sons vão aparecendo
Alguns arquivos são reconfortantes
Outros, angustiantes...
Sinto uma vontade de correr e gritar o mais que posso...
Mas, uma força me mantém parada
Preciso redescobrir ainda mais coisas em mim
Pra poder continuar viva...
Reviver emoções para conseguir me centralizar
Respostas situadas no meu mais profundo
São minhas metas...
Mas, às vezes me perco nas recordações de infância
Parece que estou em uma Regressão:
Sou uma criança agora
Necessito de um colo!
Estou desprotegida...
Medo!!
Do escuro!...
Do armário trancado a sete chaves
Só falta ele a ser remexido
E apenas a figura dele me perturba...
Insegurança...
Levanto e caminho pé por pé
Até chegar perto dele
Estico os braços, mas, por mais que estique
Não consigo pôr minhas mãos
SOCORRO!!!
Corro para o canto mais escondido que encontro...
Me encolho,
Me fecho...
E choro...
E choro...
...
Chega por hoje!
Acho melhor voltar outra hora.

Um comentário:

  1. Uma pasárgada trágica, um lugar. O porão que remete às lembranças da infância e ao invés de reconfortar a poeta, traz mais angústia. Lindo e poderoso seu poema. Obrigado.

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