Facetas

A menina de vinte e pouco
não habita mais em mim.
Não que ela tenha morrido ou evaporado
ela simplesmente não habita mais aqui
Nada impede que ela venha me visitar
se assim desejar, visitas breves ou longas...
Agora, aqui comigo não há ninguém
Só eu...
Ah, como é bom estar sozinha comigo...
Eu sou eu e estou comigo.
Essa que mora comigo e que sou eu
que paz, calmaria e descanso.
Descanso de coisas pequenas
que minam meu dia
Reclamações?
Favor dirija-se ao guichê ao lado
ou, de repente, mais longe ainda
A mulher de vinte e nove tomou conta de mim
A menina de vinte e poucos
virá vez ou outra me contar
piadas, situações engraçadas de seu dia a dia,
me permitirá voltar a ser uma menina,
afinal, isso faz parte de mim
Mas agora chegou a hora de crescer
Amadurecer e viver
E eu gosto dessa na qual me transformei.